NÚCLEO DE
EDUCAÇÃO INFANTIL - ARMAÇÃO– “Vivendo Aprendendo”
Rua Izidoro
Pires, 143 – Armação do Pântano do Sul – Florianópolis-SC.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
I – INTRODUÇÃO
O PPP é um documento
dinâmico, que retrata a instituição que queremos. É um projeto de reflexão,
deliberação e avaliação constantes, onde a comunidade escolar, famílias e
funcionários, buscam delinear e encaminhar questões administrativas e
pedagógicas, de forma democrática e autônoma, buscando reforçar a identidade do
NEI Armação.
É necessária a socialização e apropriação das idéias
de seu conteúdo e a constante atualização, em função das transformações.
II -
DIAGNÓSTICO
Nossa
Comunidade
Os moradores mais
antigos são em sua grande maioria açoriana que tinham como principais
atividades econômicas, a pesca e a agricultura, principalmente do café, da
cana-de-açúcar e da plantação da mandioca para produção de farinha.
Atualmente, é bem
diversificada a atividade econômica e as várias profissões, alternando-se para
o comércio, funcionalismo público e artesanato.
Com o passar do tempo a
cultura local foi incorporando outros costumes e valores, trazidos na sua
maioria por gaúchos, paulistas, pessoas do interior do Estado, assim como
também por estrangeiros oriundos principalmente da Argentina e Uruguai.
III - CARACTERIZAÇÃO
O Núcleo de Educação
Infantil Armação está vinculado à Secretaria Municipal de Educação da
Prefeitura de Florianópolis, sendo a responsabilidade de toda a manutenção da
estrutura física, de fornecimento de material pedagógico, de limpeza, de
merenda escolar e ainda de remuneração dos funcionários.
Histórico do
NEI Armação
1980 – A
Educação Infantil Iniciou com duas turmas de pré-escolar, em uma sala na EBM Presidente
Castelo Branco.
1988 – Foi
construída uma estrutura independente, administrada pela Escola Básica, com uma
sala, uma secretaria, uma cozinha, um depósito de alimentos, um banheiro adulto
e outro infantil, num terreno nos fundos, à Rua Izidoro Pires, nº 143, Bairro:
Armação do Pântano do Sul, CEP 88066-520.
1990 – Até aqui
o atendimento baseava-se numa prática assistencialista e higienista. A partir
deste ano, através de cursos realizados pela rede, passou-se a observar o
desenvolvimento cognitivo e motor. A prática era eclética e o planejamento era
baseado em temas geradores e datas comemorativas.
1992 – Ampliação
da estrutura para mais duas salas, uma lavanderia, um banheiro infantil, um
almoxarifado e um hall. Indicação pela Secretaria Municipal de Educação, com
aval dos funcionários, a Prof.ª Eliane Chagas para direção desta unidade
educativa. Após um ano, tem seu nome legitimado pela comunidade escolar através
de eleição direta.
1995– É indicado
pelos funcionários o prof. Aquiles Carlos Mendes Pereira para completar o
mandato. E para o 1º semestre de 1996, foi indicada a Prof.ª Stela Elzira
Corrêa pela SME. Neste ano têm início na rede as reflexões sobre PPP e Conselho
de Escola. A comunidade do NEI é sensibilizada através de várias reuniões, com
a assessoria da prof. Nély de Souza Brito e é escolhido o lema da escola
“Vivendo Aprendendo”.
1996 – A Unidade
passa a funcionar em uma casa alugada pela SME, para efetuarem a obra de
drenagem do terreno e problemas da fossa. Assume por eleição direta a prof.ª
Eliane Valdice Duarte que conclui sua gestão.
1997 – Inicia a
construção de mais uma sala para atendimento às crianças do maternal II, que
vinham sendo atendidas na sala da secretaria, há três anos. Criado o Conselho
Deliberativo.
1998– É eleito
Jairo Norberto Pereira, que permanece até setembro de 1999, quando mais uma vez
é indicado pelos profissionais da unidade o prof. Aquiles Carlos Mendes
Pereira, para completar o mandato. É efetivado o Serviço de Supervisão Escolar
e o primeiro PPP é sistematizado, definindo como sendo função do NEI, cuidar e
educar as crianças, complementando a educação familiar, objetivando
proporcionar momentos de participação, solidariedade, cooperação,
responsabilidade, criatividade, conhecimento e afetividade entre crianças e
adultos, visando torná-las críticas e ativas na sociedade.
1999 – A SME
fornece brinquedos para o parque que na época possuía alguns comprados e
construídos com a colaboração dos pais e a artista plástica Angélica Hoepers
Simões ilustra as paredes da unidade.
2000 – Eleita
para dirigir o NEI, por voto direto, a auxiliar de ensino Márcia Nilda Pereira
Ramos, sendo reeleita em 2002.
2002 – Nova
reforma, iniciada em janeiro e concluída em março. Pintura, troca de pisos e
azulejos, construção de uma rampa, lixeira e reservatório de gás, troca de
alambrado, adaptação do banheiro para portadores de necessidades especiais.
Entretanto, esta reforma não atendeu as reivindicações: construção de mais um
banheiro infantil, sala multiuso, sala para coordenação, refeitório,
biblioteca, ampliação da cozinha e almoxarifado e área coberta. Nova
sistematização do PPP.
2004 – Eleita
para direção, por voto direto, a auxiliar de sala Claudete Benta Oda. Este foi
o último ano que atendemos crianças de 2 anos e 7 meses até 6 anos.
2005 - Em
dezembro inicia-se a construção da nova unidade educativa.
2006 – A
necessidade de mais vagas, a falta de uma creche pública nesta comunidade, as
reivindicações e a luta sistematizada desde 2000, culminaram na construção da
creche da Armação, com promessa de término para o final deste ano.
A partir deste ano, pela antecipação das crianças no ensino fundamental
e ainda com a estrutura precária, iniciamos o atendimento às crianças com 1 ano
de idade. Em novembro houve a conclusão parcial da unidade, proporcionando a
mudança de prédio, passamos a utilizar 5 salas sendo que neste momento abrimos
duas turmas com capacidade para 30 crianças de grupo III. Reeleita por voto
direto Claudete Benta Oda, para o biênio 2007 e 2008.
2007 - Inicia-se a
segunda etapa da obra, com muitas dificuldades e um trabalho lento, fazendo com
que a comunidade se mobilizasse para que houvesse um prazo definitivo para a
conclusão da obra. A lista de espera
aumenta significativamente.
2008 - Inicia-se o
ano com um atraso de dois dias. O prédio
que as crianças são atendidas desde 2006, vem apresentando riscos à integridade
física das mesmas e a partir desta demanda, funcionários e pais mobilizam-se
para que os reparos sejam realizados.
Neste ano, por determinação da portaria de matrícula, inicia-se o atendimento
de crianças acima de 4 meses. Em agosto
deste ano é feita a inauguração da segunda etapa da obra do novo prédio,
perfazendo um total de dez salas de atendimento as crianças. Em setembro
inicia-se o Período Integral, para cinco grupos. Ainda neste ano acontece
eleição para diretores, onde é reeleita novamente, por voto direto, Claudete
Benta Oda, para o biênio 2009 e 2010.
2009 – Foi criada a
APP do NEI ARMAÇÃO e com isso atribuída mais uma função ao Conselho
Deliberativo: Fiscalizar a aplicação dos recursos da APP. Já neste ano houve
dificuldades na manutenção de nossas Reuniões Pedagógicas Mensais.
2010 – Neste ano
o grupo decidiu, ainda que bastante insatisfeito, pela interrupção (momentânea)
do Grupo de Estudos. No ano anterior dos seis grupos de estudos, apenas dois
foram realizados (com dificuldades), devido à falta de funcionários durante o
ano letivo. Então foi decidido que o NEI iria fazer seus estudos durante as
Reuniões Pedagógicas: meio período para estudos mais sistematizados e o outro
meio período para discussões mais amplas e informes. Este foi mais um dos
motivos da reafirmação da importância das Reuniões Pedagógicas mensais. Neste
ano, infelizmente, a Secretária disponibilizou apenas seis reuniões; O
encaminhamento foi manter as Reuniões Pedagógicas mensais, encaminhamento este
apoiado pelas famílias; Em Reunião Geral de Pais no dia 09 de fevereiro
referendaram nossa decisão e ao longo dos meses de fevereiro e março assinaram
abaixo-assinado com o pedido dessas reuniões mensais, compreendendo a
importância das mesmas. A Direção enviou o calendário por quatro vezes e este
foi em todas indeferido, o que acreditamos ser bastante prejudicial. Também
elegemos novo Conselho Deliberativo para o ano de 2010 a ser: Claudete Benta
Oda, Rita de Cássia Mattos, Márcia Regina Tamanini, Zenilda Arcênio,Tayse
Caldeira, Patrícia Silveira, Ana Paula Rosa e Dejair Nunes. Realizou-se eleição
direta e a Auxiliar de Ensino Márcia Nilda Pereira Ramos foi eleita diretora
para o triênio 2011-2013.
2011 – Este ano
iniciou-se com uma nova proposta de formação por parte da Diretoria de Educação
Infantil. Tivemos formação (nos espaços das reuniões pedagógicas) ao longo dos
meses sobre as Orientações Curriculares para a Educação Infantil da Rede
Municipal de Ensino de Florianópolis para todos os educadores da unidade,
exceto funcionárias da cozinha e limpeza, fato este que contestamos por
acreditar na importância de todos participarem das formações. Nossas Reuniões
Pedagógicas foram meio período na unidade e outro período (com alternância) no
auditório da Escola Básica Dilma Lúcia dos Santos com outras unidades, em
formação, coordenados pela Diretoria de Educação Infantil. Também elegemos uma
nova Associação de Pais e Professores (Simone Garcez, Cláudia Carvalho,
Marinete Sodré, Rochele Vaucher, Micheli Pires, Rúbia Pires, Jusiele Duarte e
Anselma Juventina), além do Conselho Deliberativo (Márcia Pereira Ramos, Rita
de Cássia Mattos, Angélica da Silveira, Eliane Duarte, Tayse Paula Caldeira,
Rejiane Pires, Valéria Santos Andrade, Gilberto Silveira e Joi Joaquim Duarte).
Tivemos apenas dois grupos de estudo acontecendo, fora de horário de trabalho,
já que não conseguimos no ano anterior realizar esse tipo de formação em
horário de trabalho. Destes dois grupos apenas um concluiu seus estudos, sendo
que este que veio a concluir foi iniciado no segundo semestre. Iniciamos o
Projeto Palco Aberto e Cinema na Escola, oportunizando as crianças e a todos os
funcionários mais uma possibilidade de ampliação de seus repertórios envolvendo
a arte.
2012 – Em maio
deste ano há uma nova organização da unidade e muitas crianças são
integralizadas, em função de não haver lista de espera e existir um
considerável número de vagas em aberto. Nossas reuniões pedagógicas e formações
aconteceram no mesmo dia, a ser: meio período de reunião pedagógica e meio
período de formação dos NAP´S (Núcleos da Ação Pedagógica), com alternância
nessa organização. Diferentemente do ano anterior, na formação dos NAP´S as
professoras, auxiliares de ensino e de sala, supervisão e direção escolheram um
núcleo da ação pedagógica, específico, e durante todos os encontros de formação
o aprofundaram. Deste modo nos dividimos (eram sete núcleos) e íamos a espaços
de formação diferentes, nos encontrar com outras profissionais que optaram pelo
mesmo NAP. Na formação do Grupo de Pais tivemos dois encontros por semestre,
totalizando quatro encontros ao longo do ano, com um tema específico:
Sexualidade. Contamos com o psicólogo Laury Oliveira (naquele momento também
pai de uma criança da unidade) para nos conduzir nas reflexões do Grupo de Pais
neste ano. A APP permaneceu com a mesma constituição, já que é eleita de dois
em dois anos, mudando apenas alguns membros. Já o Conselho Deliberativo, que é
anual, foi eleito nova constituição em 2012, a ser: Márcia Nilda Pereira Ramos (presidente);
.Rita de Cássia Mattos e Angélica Silveira (Representantes Titulares dos
Funcionários); Eliane Valdice Duarte e Nayara Karoline da Silva (Representantes
Suplentes dos Funcionários); Marcos Arrelaro e Patrícia Maria Vieira (Representantes
Titulares dos Pais); e por fim Joi Joaquim Duarte e Valéria Santos Andrade como
Representantes Suplentes dos Pais.
2013 – Iniciamos o
ano com uma nova experiência: as professoras e auxiliares de ensino passam a
ter hora atividade em tempo, iniciando com 16 horas mensais, sob a Portaria nº
023/2013.
2014 - Este ano o
Nei Armação dispõe de nova direção a auxiliar de sala Gracelaine Battisti foi
indicada ao cargo, por não haver coro na eleição do ano anterior. A mesma
coordenou o programa creche de verão que ocorreu pela primeira vez nesta
unidade educativa. Também veio fazer parte da equipe diretiva a supervisora
Márcia Maria da Silva Knoblauch que tomou posse da vaga em aberto. Segundo a
portaria N° 005/2014 que estabelece a organização da hora atividade, no cargo
de professores e professores auxiliares à mesma passou de 16hs para 32hs
mensais para servidores que possuem jornada de 40hs semanais. Sendo assim, o
quadro de professores auxiliares foi ampliado com o objetivo de cobrir a
ausência do professor nesse período.
2015 –
2016 –
Instalações
Contamos com a seguinte estrutura física:
•
10 salas de atendimento as crianças.
•
01
cozinha.
•
01
secretaria.
•
01
sala de Direção.
•
01
sala de professores.
•
03
banheiros de adulto.
•
02
banheiros infantis com banheira.
•
03
banheiros infantis.
•
01 depósito de materiais de limpeza.
•
01
depósito de Educação Física.
•
01
depósito de materiais didáticos.
•
01
sala de amamentação.
•
01
sala da Supervisão Escolar.
•
01
refeitório.
•
01
depósito de alimentos.
•
01
sala multiuso.
•
01
área coberta.
•
01
hall de entrada.
Organização
dos Grupos
Os critérios para organização dos grupos estão
baseados em aspectos pedagógicos que garantam o bem estar das crianças, de
acordo com a demanda da comunidade, sempre respeitando os direitos das crianças
e a legislação vigente, sendo esta a portaria de matrícula do ano específico.
Nossa instituição já organizou suas turmas de algumas
maneiras e atualmente as crianças são distribuídas com a possibilidade máxima
de dois grupos distintos (por exemplo, GIII e GIV). Já experimentamos
organizações de até três grupos distintos e avaliamos a experiência como
desfavorável ao desenvolvimento das crianças. Essa organização máxima de
constituição de uma turma, de no máximo dois grupos, apenas não se aplica ao
Grupo I, por ser tratar de bebês com especificidades tais que nos indicam não
ser adequada a mescla de grupos. Contudo é importante colocar que acreditamos
na interação entre crianças de diferentes faixas etárias, porém há de se
considerar que interação não se constitui apenas em colocar crianças num mesmo
espaço de sala, mas sim na busca de organizações que em momentos e espaços
distintos, possam dialogar e propor vivências de fato significativas, para cada
criança envolvida no processo de cuidado e educação.
Atualmente o
Nei atende a 255 crianças, na faixa etária de 04 meses a seis anos de idade.
IV- BASES DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO
Concepção de
Homem, Sociedade e Educação.
Nós, profissionais do
NEI Armação, concebemos o homem como ser biológico-sócio-histórico em constante
transformação, que têm direitos e deveres. Pensamos também que a mudança social
é inevitável e que a contribuição para que se torne mais igualitária e fraterna,
provém da educação.
Temos como propostas de
educação:
•
Proporcionar a convivência com as diferentes pessoas,
grupos e/ou espaços.
•
Possibilitar a troca de experiências e o
desenvolvimento das diversas reflexões e vivências que as levem a serem críticas
e autônomas.
Acreditamos que possibilitando as crianças uma
educação de qualidade poderá contribuir para a formação de uma sociedade mais
justa e solidária.
A Criança
que Recebemos.
Consideramos a criança
que recebemos como um ser social em processo de desenvolvimento, que vive num
determinado tempo e espaço contextualizados historicamente. É sujeito ativo no
seu processo de apropriação e ampliação de conhecimentos e experiências e na
construção de sua autonomia e personalidade.
Direitos e
Deveres das Crianças
(Do
documento do MEC/Secretaria de Ensino Fundamental-1997).
•
Nossas Crianças
têm direito a brincadeira;
•
Direito a atenção individual;
•
Direito ao
contato com a natureza;
•
Direito a um
ambiente aconchegante, seguro e estimulante.
•
Direito a uma
alimentação sadia.
•
Direito ao
movimento em espaços amplos.
•
Direito ao
afeto, a proteção e a amizade.
•
Direito a
expressar seus sentimentos.
•
Direito a
desenvolver sua curiosidade, imaginação e expressão.
•
Direito a uma
especial atenção durante seu período de adaptação à creche.
•
Nossas crianças
têm direito a desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa.
As Relações
Entre as Crianças.
As crianças são seres
sociais em processo de desenvolvimento que possuem características próprias de
seu tempo de infância. Através das
interações criam e negociam regras, assumem e atribuem papéis, elaboram falas e
partilham significados e conhecimentos.
Através da atividade compartilhada, da comunicação, da
cooperação e até mesmo do conflito, as crianças constroem em conjunto, seu
conhecimento sobre o mundo que a cerca. Quando se relaciona com outras
crianças, ela experimenta situações de vida, ora de competição, ora de
cooperação, ora de coragem, ora de medo, ora de alegria, ora de tristeza, compondo
assim uma gama de conhecimentos que lhe darão bases para sua formação como um
ser completo.
“Encontros e
desencontros, acertos e desacertos, brincando e brigando, medindo forças e
carinho, preferências e afinidades se definem: é com o outro que o conhecimento
se constrói”. Cecília Warschauer (1993).
A possibilidade de interagir com crianças de
diferentes idades, através dos grupos mistos e com as de outros grupos, dão a
elas novos instrumentos para lidar com o mundo que as cercam, é um momento de
investigação e construção de conhecimentos sobre si mesmo e sobre o outro. Sua
identidade depende das suas condições concretas de existência, assim como da
maneira pela qual vai ressignificando as relações as quais esta envolvida.
No decorrer do processo de socialização, a criança vai
aos poucos se tornando capaz de cooperar e caminhar em direção a autonomia, que
supõe a construção de princípios e valores próprios.
As Relações
entre os Profissionais e as Crianças.
“Considerando a
imitação uma forma importante e primeira de aprendizagem na infância, faz-se
necessário que os profissionais do NEI Armação assumam-se como modelo e por
isso reflita constantemente sobre suas ações e posicionamentos, sendo que estes
terão conseqüências para a prática educativa”. Educação Infantil-SME (1996).
Os profissionais de
educação deverão atuar como mediadores e orientadores, buscando uma prática
planejada e intencional, a fim de abolir o autoritarismo e/ou o espontaneismo. Ao planejar suas ações, o professor deverá
estar pautado nos objetivos do PPP e os documentos norteadores da PMF,
considerando a realidade das crianças e proporcionando instrumentos e vivências
para que elas possam desenvolver a imaginação, a criatividade, bem como todo o
seu potencial, garantindo a liberdade de manifestar suas idéias, opiniões e
questionamentos.
As profissionais
deverão, junto às crianças, desenvolver valores éticos, humanistas, de amizade,
cooperação, respeito e autonomia, respeitando a diversidade e ritmos
individuais, além de debater posturas de discriminação.
As Relações
Entre Profissionais da Unidade.
As relações
estabelecidas entre os profissionais serão éticas e efetivas e terão por
objetivo desenvolver um trabalho de cooperação e socialização, procurando
proporcionar momentos de reflexão de nossa prática, buscando soluções para os
problemas que surjam.
A construção do
conhecimento se dá nas interações sociais; assim, precisamos refletir sobre a
estrutura e modo de funcionamento do NEI, buscando fazer dele, um lugar onde o
saber socialmente construído seja, de fato, compartilhado. Para isso, é
necessário o comprometimento de todos neste espaço educativo e pedagógico.
Relação da
Unidade e a Família.
A unidade educativa,
após os anos de 2015 e 2016 com a formação acerca do tema, entende a família
como parceira efetiva em todos os momentos envolvidos no processo de cuidado e
educação de nossas crianças. É
importante salientar que o Nei Armação deve procurar se envolver nas atividades
que ocorrem na comunidade de forma a positivar as relações que envolvam nossa
comunidade, assim como também realizar junto as famílias as atividades e/ou
eventos planejados com os projetos de Aniversario Coletivo, de festa da
Família, o projeto Arte e Cultura, e o projeto Parque e outras propostas que
venham a surgir.
As reuniões/encontros com as famílias, segundo o
calendário, serão bimestrais para acompanhamento das turmas. A unidade desenvolve um Projeto onde são
realizados grupos de estudos, chamado Grupo de Pais. Estes momentos são dinâmicos e atrativos, com palestras sobre
assuntos ligados ao universo infantil, oficinas e/ou outras atividades que se
mostrarem necessárias à apropriação pelas famílias da metodologia e conceitos
trabalhados pelas profissionais na unidade.
As reuniões da APP e Conselho Deliberativo, assim como
as comissões de organização para os projetos vigentes são espaços onde as
famílias precisam participar ativamente. É necessário entender que, no NEI Armação a
presença das famílias faz-se essencial em todos os momentos, não apenas nos
formalizados em calendário. A proposta de se “construir” um espaço democrático
perpassa por essa atitude, pois é impossível tecer um lugar democrático, escolhendo
os momentos que a família “pode participar”. Dito isso reafirmamos a
importância da presença das mesmas em todos os espaços e tempos em nossa
Unidade.
Educação das Relações Etnico-Raciais
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana
e Indígena.
Documentos legais:
Lei nº. 10.639 – 09 de janeiro de 2003.
Lei nº. 11.645 – março de 2008.
Parecer CNE/CP nº. 003 – 10 de março 2004.
Parecer CNE/CP nº. 02/07 – 31 de dezembro 2007.
Resolução nº. 01 – 17 de junho de 2004.
Resolução Municipal nº. 02 – 29 de abril de 2009.
Segundo a Resolução nº. 02/2009 do Município de
Florianópolis em seu artigo 2º a Educação das Relações Étnico-raciais e o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena terão como
objetivo a divulgação e produção de conhecimentos, bem como, valores que
eduquem os cidadãos quanto a pluralidade étnico-raciais, tornando-s capazes de
interagir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, respeito aos
direitos legais e valorização de identidade na busca da consolidação da
democracia brasileira, corrigindo posturas e atitudes que impliquem desrespeito
e discriminação.
Dentro de cada instituição educativa tal compromisso
deve ser presente e constante, mas, sobretudo, consciente, pois não se trata
apenas de nova lei que “deverá ser cumprida”, mas sim de uma política urgente
de reparação, que resguarde e reafirme a importância de cada povo/etnia na
formação de nossos hábitos, costumes e heranças culturais. Compreendendo que a
formação do povo brasileiro é composta na e pela diversidade e que até hoje,
raras exceções, as instituições escolares sempre ressaltaram um modelo
educativo e de Homem eurocêntrico faz-se fundamental essa nova perspectiva.
A partir dessas considerações o NEI ARMAÇÃO referenda
o trabalho com projetos educativos que resgatem as contribuições dos diversos
povos que constituem a identidade do povo brasileiro, entendendo que não é a
partir de datas comemorativas e afins que estaremos a reconhecer a importância
de um povo/etnia em nosso país. Também considera a necessidade de
desconstruções de antigos “códigos” que foram e ainda o são hoje ligados de
modo totalmente equivocado a um povo e/ou etnia, fazendo muitas vezes, com que
está fique reconhecida somente a uma ou duas contribuições e/ou características;
É o que muito ocorre quando atribuímos à ginga, a alegria e a fome ao
Continente Africano e a “mata” e a ingenuidade aos índios brasileiros. É
preciso que se ampliem esses olhares, mas para que isso ocorra é fundamental
que sejam oportunizados momentos de conhecimento; Não somente para as crianças
aqui atendidas, mas também e talvez, principalmente, aos adultos que aqui estão
(profissionais e famílias). Como apresentar, trabalhar num projeto o Continente
Africano e suas contribuições para nossa nação se a nós, adultos não nos foram
apresentado essa possibilidade? Basicamente daí surge essa política, a qual
está sendo chamada Política de Reparação. E é por ela que o NEI ARMAÇÃO
reconhece e se compromete com a formação de seus profissionais, também neste
tema. A respeito disso a Resolução Municipal em seu 6º artigo, inciso II se
refere à formação continuada para os profissionais da Educação, com vistas à
efetivação de práticas pedagógicas e assegura o Sistema Municipal de Ensino do
Município como principal responsável por este dever. Ainda no inciso I fala das
condições materiais e financeiras, garantindo acervo documental referente à
legislação educacional específica, bem como os materiais bibliográficos e
didáticos necessários como responsabilidade do mesmo Sistema. No entanto também
é de responsabilidade de cada Unidade Educativa, em sua gestão financeira,
prever políticas afirmativas que contemplem as Relações Étnico-Raciais, pois se
pensamos e afirmamos uma Gestão Democrática, pressupomos também uma gestão
composta pela e para a diversidade.
Inclusão.
Os termos inclusão e integração nunca estiveram tão
presentes em nosso cotidiano quanto nas últimas décadas. Os estudos mais recentes que tratam do tema
remetem para a preocupação de se transcender práticas que visem à integração do
sujeito á sociedade, ou seja, está-se buscando antes, a adaptação da sociedade
ao sujeito. Nesse contexto, insere-se uma questão pertinente: Qual seria o
papel das instituições educativas nessa busca por uma sociedade mais justa e
igualitária em direitos, ou seja, uma sociedade inclusiva?
Registramos que, enquanto espaço educativo, acreditamos
que temos importante papel a desempenhar na busca por essa sociedade inclusiva
e que uma escola aberta às diferenças seria, dessa forma, um espaço social
privilegiado no que diz respeito à forma de lidarmos com as singularidades
humanas.
Antes de explicitarmos quaisquer linhas de ação, é
necessário frisar que o NEI ARMAÇÃO conhece e legitima o rol de documentos
nacionais (resoluções, decretos, leis e afins) que embasam o trabalho com a criança com deficiência. Porém, é tão
ou mais necessário afirmar que o NEI ARMAÇÃO procura reger suas condutas de
trabalho no que tange a inclusão, sob a premissa de uma sociedade inclusiva
para todos. Assim, são referenciais para o trabalho inclusivo que a Unidade
desempenha os conceitos de inclusão escolar e de sociedade inclusiva,
apresentados por Mantoan e Werneck. Ambas apresentam a inclusão escolar a
partir do enfoque de que devemos ensinar, indistintamente, a todas as pessoas,
sem deixar ninguém de fora do ensino regular, quer sejam deficientes,
superdotados, negros, pobres, homossexuais ou qualquer outra minoria.
Tal preceito nos parece legítimo e respaldado a partir
de duas premissas básicas: uma delas remete aos direitos humanos, ou seja, à
consideração de que todos têm seus direitos garantidos, inclusive por lei,
sendo alguns deles o direito a educação e à diversidade; A outra remete a uma
questão ética, que diz respeito à postura que cada sujeito adota diante daquele
que lhe é dito diferente. Assim sendo, acreditamos que possa haver a
consideração distorcida de que a inclusão escolar seria apenas a inserção da
criança com deficiência na rede regular de ensino (ao mesmo tempo em que
reconhecemos que a evolução histórica e conceitual do trabalho com a criança
com deficiência na escola e fora dela possa ter levado a esse equívoco).
Não queremos dizer com isso que estamos abrindo mão ou
deixando de reconhecer a necessidade de trabalhos mais específicos que possam
surgir, por exemplo, no trato com a criança com deficiência, mas, sim, que procuramos tecer nossa linha de
trabalho sob os princípios da aceitação às diferenças individuais; da
valorização de cada pessoa; da convivência dentro da diversidade humana e da
aprendizagem através da cooperação.
Acreditamos que as práticas discriminatórias nas
escolas somente serão superadas pela consideração da diversidade humana como
ponto de partida para a adoção de práticas inclusivas. Assim sendo, são eixos
norteadores de nosso trabalho, no sentido de buscar uma educação inclusiva e uma
aprendizagem de qualidade:
•
Afetividade – Entendendo que qualquer atividade que
vise promover o desenvolvimento cognitivo das crianças irá primeiramente passar
pelo aspecto psico-afetivo, torna-se fundamental legitimar essa prática com
essencial em nossa prática pedagógica.
•
A solidariedade e a cooperação entre todos os sujeitos
que constroem o espaço-escolar – crianças, famílias, profissionais e
comunidade.
•
A
autonomia crítica.
•
O
Diálogo.
•
A Formação Continuada das Professoras, Professores e
demais funcionários e sua valorização.
•
A Liberdade de Manifestação de Expressão das
diferentes Culturas – Reconhecendo o NEI ARMAÇÃO enquanto instituição de
educação pública e, portanto laica, é de fundamental importância salientar o
respeito às diversidades culturais que se manifestam na religiosidade, nas
crenças e nas formas de constituições familiares diferenciadas de cada criança
atendida. É importante também nesta perspectiva repensarmos o que vem a ser
manifestações culturais e o quanto algumas podem ter perpassado questões que a
ligaram a religiões específicas, como é caso das Festas Juninas. Inicialmente
oriundas da religião católica, hoje essas festas perpassam este aspecto
religioso e são representações a respeito do Homem do campo e da cultura
caipira. Outras práticas foram exaustivamente analisadas e atualmente o NEI
ARMAÇÃO reafirmando o respeito às diversas constituições familiares organiza
festas de confraternização com as Famílias em alguns momentos do ano, em
detrimento de festas específicas como, por exemplo, os já tão comercializados
“dia das mães” e “dia dos pais”. Ainda nessa perspectiva de inclusão está a
proposta dos Aniversários Coletivos, que conforme projeto específico anexo
neste PPP parte de comemorações coletivas, entendendo que todos e todas constituem
esse espaço e, portanto merecem as mesmas considerações.
Princípios que norteiam a Ação Pedagógica.
Os princípios que norteiam a nossa prática contemplam
a especificidade da infância, cuidando-a e educando-a em complemento a família,
norteado pedagogicamente pelas interações, as brincadeiras, as múltiplas
linguagens, a afetividade e a organização dos espaços educativos.
A construção da identidade da pessoa decorre sempre
das interações que estabelece com os outros, os lugares onde vive e com os
objetos que a cercam. Estar em grupo é estar com pessoas, compartilhando
vivências e experiências diferentes, resultando destas relações o desafio de
refletir sobre saberes já aprendidos, provocando mudanças. Ao interagir vamos construindo e reconstruindo
conhecimentos e significados. É importante que a educadora favoreça e torne
possível a troca de conhecimentos entre as crianças e que as estimulem a
participarem da construção do saber.
A brincadeira é um meio
privilegiado de inserção na realidade, expressa a forma como a criança reflete,
ordena, desorganiza e reconstrói o mundo à sua maneira sendo também um espaço
onde pode expressar, de modo simbólico, suas fantasias, desejos, medos,
sentimentos e os conhecimentos construídos a partir da experiência vivida. A brincadeira infantil é a forma que a
criança aprende a dar sentido ao seu próprio mundo, assim, os profissionais de
educação precisam proporcionar espaços e oportunidades que favoreçam o brincar,
oportunizando a socialização e a comunicação entre os envolvidos.
Quando falamos em
linguagem, devemos entendê-la como meio fundamental para propiciar a
organização do pensamento, sendo esta vinculada ao desenvolvimento cerebral,
bem como ao desenvolvimento da fala, do gesto, das expressões gráficas e dos
jogos. É por meio das diversas linguagens que expressamos aquilo que pensamos e
sentimos, organizando e entendendo aquilo que queremos transmitir.
Todas as dimensões
humanas (física, social, afetiva, sexual, artística) são traduzidas através da
manifestação das várias linguagens. Em nossa sociedade todas as linguagens têm
papel importante na construção do ser humano, entretanto, nem sempre nos damos
conta que cada uma tem sua função própria e que só é possível desenvolvê-las
através das interações estabelecidas. A linguagem escrita é muito valorizada
socialmente, como todas as outras formas de linguagens, ela está presente na
vida da criança desde que nasce, assim, a partir do momento que ela descobre os
aspectos funcionais da linguagem escrita, seu interesse e sua curiosidade
tornam-se caminhos que a levam a sua aquisição.
Em nossa prática, a criança é concebida como ser
social, assim como os adultos, em constante processo de desenvolvimento, que
possui uma história e vive num espaço e tempo contextualizados. Estabelece
relações com o meio e apresenta as linguagens de acordo com as relações sociais
e culturais das quais participa. É sujeito ativo em seu processo de apropriação
e ampliação de conhecimentos, experiências e vivências para a conquista de
autonomia, o que lhe permitirá apropriar-se do universo cultural da humanidade.
Documentação Pedagógica em nossa Unidade
Qual o motivo de escolher o termo documentação
pedagógica? Parece que este se torna um questionamento bastante relevante, já
que se optou por utilizar essa nomenclatura.
Contudo, é importante pontuar que iremos tecer algumas considerações a
respeito de documentação pedagógica num sentido mais amplo, na Educação
Infantil, para após traçar encaminhamentos para nossa unidade. Falaremos disso,
pois é essencial termos a clareza de uma tríade que sempre está presente em
nossas práticas diárias: o registro, o planejamento e a avaliação. É a partir
desses três elementos que podemos estar construindo, de fato, um espaço de
Educação Infantil comprometido com o desenvolvimento de cada bebê e criança que
freqüenta nossa instituição.
Quando cada um de nossos profissionais adentram o Nei
Armação fica evidente que as práticas que guiarão o trabalho de cada um são
construídas com a observação de quem é esse grupo de crianças, suas histórias
de vida, o que já sabem, quais são seus anseios e desejos; claro, que também
levando em conta o que cada professor considera importante a ser desenvolvido
com este mesmo grupo. É a partir dessa configuração que irão sendo tecidas as
possibilidades de trabalho com cada grupo que aqui se encontra.
Assim como os bebês e as crianças não sabemos de tudo,
longe disso. Então para desenvolver propostas que verdadeiramente vão ao
encontro dos pequenos precisamos assumir uma postura de pesquisador, de
estudioso da realidade que cerca cada grupo, e cada criança, se “aventurar” a
conhecer para ampliar os saberes já existentes.
Buscando registrar esse processo. O que queremos de fato com “nosso”
grupo? Quais outras pessoas podem contribuir no processo? Qual conhecimento
esta, de verdade, sendo instigante para essa turma? Essas e outras perguntas
devem surgir em nossos caminhos nesta primeira etapa de conhecimento mutuo.
Ostetto (2008) diz que “a proposta de registrar a
experiência vivida, descrevendo e analisando a complexa trama do cotidiano
educativo, com seus fios, laços e nós, tem sido apontada e assumida como
essencial para a qualificação da prática pedagógica”. Sabe-se que qualificando
nossa prática pedagógica, estaremos nos aperfeiçoando também, neste sentido é
uma via de mão dupla. Tendo clareza deste aspecto, enquanto professores
precisarão traçar um plano de ação que os oriente, os acompanhe e traduza o
grupo de crianças destes profissionais. Esse plano de ação pode se concretizar de
modos distintos: na construção de uma espécie de portfólio do grupo, um caderno
de registros, pesquisas e anotações; ou em planejamentos dentro da perspectiva
que mais conhecemos (semanais ou quinzenais). Ou ainda na elaboração de
projetos de trabalho. Enfim é preciso compreender que essas escolhas de formas
de planejar são pessoais, porém a documentações deve ser públicas. Existem
registros que serão pessoais, assim como existem registros que devem ser
públicos. As famílias devem ter a possibilidade de acompanhar as propostas
pedagógicas que a serem desenvolvidas com o grupo de seu (a) filho (a). De acordo com as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil (2010) “as instituições de Educação
Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e
para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de seleção,
promoção ou classificação garantindo documentação específica que permita às
famílias conhecer o trabalho pedagógico da instituição junto às crianças e os
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil.” Cabe ao
professor a forma de socializar esses caminhos percorridos, decidindo o que é
pessoal e o que é público.
A Supervisão Escolar deve acompanhar e subsidiar esse
processo e lhe é de direito receber as documentações pedagógicas que contem a
trajetória pedagógica de cada grupo da unidade. Havendo registros
significativos da caminhada de cada grupo, lhe cabe, de ano em ano, trazer
subsídios e informações que julgar pertinentes ao professor que porventura for
acompanhar o grupo no ano seguinte, caso o mesmo permaneça com constituição
semelhante.
Dentro dessa perspectiva é necessário repensar as
elaborações que apenas falem do que será proposto, pois o que é proposto quase
sempre sofre modificações e até rupturas e desistências. Cabe constar na
documentação de um grupo apenas que seu projeto de trabalho durante todo o ano
foi “Literatura Infantil” ou “Culinária”? E o que de fato aconteceu? Tudo saiu
perfeitamente, como apontava aquele projeto? Esse grupo apenas vivenciou um,
dois projetos ao longo do ano? Que outras proposições são importantes
registrar, contar? E mais que isso: No que serviu esses registros? Eles
contribuíram com algum redimensionamento de prática? Se não, precisamos rever o
propósito desse registro, cuja função é comunicar, mas também questionar,
rever, traçar novas possibilidades. Ostetto
(2008) também nos lembra sobre a intensa relação entre o planejamento e o
registro, deixando-nos perceber o quanto é impossível haver um
redimensionamento de prática, sem que eu, professor registre o movimento do
grupo que acompanho e com isso proponha encaminhamentos pedagógicos e os
avalie, visto esta última etapa algo a ser alcançado, principalmente se
pensarmos numa efetiva participação das crianças nesses processos descritos
acima. Desta forma, traçamos como
encaminhamentos:
- É importante que as famílias tenham acesso ao
desenvolvimento do trabalho pedagógica do grupo a qual seu (a) filho (a) está
inserido, inclusive na forma escrita socializando os projetos, “portfólios”,
planejamentos, avaliações semestrais, informativos, cartas, agenda, dentre
outros, sem que uma escolha impossibilite outra, na forma que a professora
julgar mais pertinente e compreendendo a obrigatoriedade de alguns destes
documentos pedagógicos.
- Professores devem em parceria com a Supervisão
Escolar, traçar quais documentações pedagógicas irão acompanhar o grupo. Essas
escolhas podem mudar ao longo do ano, porém é preciso ter clareza que as
propostas pedagógicas que o grupo desenvolve devem estar registradas, bem como
serem entregues a Supervisão.
- No início do ano a Supervisão Escolar deve,
individualmente, orientar os novos profissionais do Nei Armação e esclarecer
como se organiza a documentação pedagógica na unidade ao longo do ano.
Planejamento.
O
planejamento é uma das ferramentas de trabalho dos professores, para que nossa
prática seja intencional e não espontaneísta. É o instrumento que organiza, orienta,
antecipa, prevê, vê além. Envolve observações, escolhas, registros, avaliações,
acertos, erros, dúvidas, projeções e intencionalidade.
É no
cotidiano da unidade que desenvolvemos quinzenalmente,
os planejamentos, trocando experiências e interagindo, repensando, revisando,
buscando novos significados para a prática pedagógica. É a constituição de um
espaço coletivo de discussão, reflexão e produção de conhecimento que permite o
trânsito de diferentes saberes.
O quê? Onde?
Como? Para quê? São questões que devem permear o processo de elaboração do
planejamento que engloba a visão de mundo, os valores, as crenças, os princípios,
a concepção de criança e principalmente deve levar em consideração o
desenvolvimento de cada uma de nossas e no grupo como um todo.
Sendo o
trabalho dos profissionais da educação fruto da reflexão sistemática de sua
prática, cabe ao professor planejar tendo uma atitude crítica diante de seu
fazer, refletindo sobre a sua ação, redimensionando-a, tornando-a intencional,
propositiva e positivando as relações nela contida. Auxiliando-nos nesse processo alguns
documentos têm sido bastante relevantes: As Diretrizes Educacionais Pedagógicas
para a Educação Infantil e também as Orientações Curricular para a Educação
Infantil, e o currículo da educação infantil volume III.
Projetos.
O projeto de
trabalho é mais uma possibilidade de planejar na Educação Infantil,
sistematizando idéias e ações relacionadas a interesses, assuntos, situações e
atividades significativas para as crianças. Este instrumento perspectiva
trabalhar as especificidades, interesses e necessidades de cada grupo através
de práticas de investigação, de contextualização, de interação e participação
coletiva, proporcionando situações de conhecimento às crianças.
Para a construção de um
projeto de trabalho, é necessário a observação e registros sistematizados sobre
o grupo; assim, na reflexão destes dados a educadora encontra subsídios para
organizar o planejamento em torno do conhecimento das crianças, procurando
criar condições físicas (ambientes e materiais) e psicológicas (enredo,
fantasia e espaço imaginativo) para que o repertório cultural do grupo seja
ampliado. Faz-se necessário pontuar que
nossos planejamentos coletivos são estruturados com este formato e constam como
anexo ao fim deste documento.
Registro.
Segundo Luciana Ostetto (2001), “registrar é fazer
história, tecer a memória, é ouvir, ver e marcar o cotidiano educativo,
narrando o movimento do grupo, construindo sentidos e significados”.
O professor é pesquisador,
autor e narrador de sua história, e com o registro sistematizado e socializado
de seu trabalho acontecerá o aprofundamento da prática pedagógica. O registro constitui-se como uma forma de
segurar a historia do grupo e assim constante poder refletir sobre ela,
comunicar o que se fez, para assim apropriar-se e pensar, aprofundar o que já
se sabe e perceber o que ainda não se conhece o que necessita conhecer é
aprofundar em seu estudo teórico. Desta
forma, ao rever o que foi feito vai se revelando o que ainda há por fazer.
Documentamos os fatos
mais relevantes da atuação da criança no dia-a-dia: seu envolvimento com as
brincadeiras, sua interação com o grupo, a maneira como resolve problemas, seus
posicionamentos, a forma como utiliza as diversas linguagens, como assume e atribuem
papéis frente às dificuldades.
As crianças também refletem constantemente sobre suas
ações, pois assim apropriam-se de sua história, de seu processo de crescimento,
de suas dificuldades, de seus limites e de suas possibilidades.
Os registros também contribuem para reavaliar o
planejamento, o trabalho realizado pelos profissionais envolvidos, orientando e
direcionando suas práticas, como também, permitindo a possibilidade de
reconstruir a história de cada um e do grupo.
Avaliação
Avaliar na Educação Infantil. Tal consideração pode
gerar aflição e muitos questionamentos. E não é para menos, principalmente se
concebemos a avaliação como elemento que excluí, classifica e emite
diagnósticos fechados. No entanto há outras formas de compreendemos a proposta
de “avaliar na Educação Infantil”. Deste
modo parece ser de suma importância ter conhecimento de quando esse processo
começou a ser discutido. Segundo Hoffman (1996) “o surgimento dos processos
avaliativos, em Educação Infantil, deve ser questionado em termos de
intencionalidade básica. Parecem tais processos terem surgido paralelamente à
maior preocupação com essa instância educativa, em termos de políticas
educacionais, no Brasil, a partir dos anos 70, conquistando-se, na Constituição
de 1988, o reconhecimento da educação em creches e pré-escolas como um direito
da criança e um dever do Estado”.
Fazendo uma análise, ainda que rasa, a discussão a
respeito da avaliação na Educação Infantil esta cerceada por concepções ora
ditas “assistencialistas”, ora dita “educativas”. É, contudo importante pensar que a exigência
de um “processo formal de avaliação” nessa etapa educativa, parece surgir por
pressão das famílias, principalmente as de classe média e alta em busca de
propostas verdadeiramente pedagógicas. Evidentemente
o fato de a avaliação estar presente não seria garantia de uma Educação
Infantil mais ou menos assistencialista por si só, mas é importante considerar
esse momento na educação. Apesar de se
iniciar neste momento certa preocupação com a questão da avaliação na Educação
Infantil por parte das famílias, principalmente as que atendem crianças
socialmente favorecidas, não há qualquer exigência legal dos organismos
oficiais nesse sentido, podendo descaracterizar a origem burocrática da
avaliação. Somente na LDB, em 1993,
capítulo VII, 3º do Substitutivo ao Projeto de Lei n.º 101, lê-se: “Na Educação
Infantil, a avaliação far-se-á mediante acompanhamento do desenvolvimento da
criança, sem julgamento de aprovação mesmo para o acesso ao Ensino
Fundamental.” Hoffman (1996) coloca que “a avaliação, em Educação Infantil
origina-se de fatores socioculturais próprios e passa a exigir, no sentido da
expansão de políticas públicas para o atendimento educacional às crianças de
zero a seis anos, uma séria reflexão a respeito dos seus pressupostos
fundamentais. Principalmente, exige a investigação dos reflexos sofridos do
modelo de controle vigente no ensino regular, que, atrelado á finalidade de
controle das famílias sobre a eficiência da instituição, acaba por comprometer
seriamente o significado dessa prática em benefício ao processo educativo”.
Contudo é preciso reafirmar que a exigência de
formalizações excessivas de avaliações na Educação Infantil precisa ser
analisada de maneira bastante cautelosa. De acordo com o parecer sobre as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, “A avaliação é
instrumento de reflexão sobre a prática pedagógica na busca de melhores
caminhos para orientar as aprendizagens das crianças.” É preciso dizer que esse
“contar a história” de uma determinada criança em um determinado espaço e tempo
são realizadas por duas, três, quatro pessoas, ou seja, é um recorte, um olhar
dentre tantos que poderiam surgir. É preciso ter cuidado e reafirmar que a
função desse trabalho não deve estar pautada no controle do professor (a) e/ou
do comportamento infantil e jamais deve se transformar numa prática avaliativa
reprodutiva e impositiva. Nossa negação se encontra em pareceres descritivos
que revelam concepções disciplinadoras e comparativas, que ferem seriamente o
respeito à infância.
Nossa afirmação é de um parecer que fale de cada
criança, em sua particularidade, respeitando seus momentos e por isto mesmo
única em sua essência. Objetivamos que nossa prática avaliativa possa
contribuir para o aprimoramento do desenvolvimento integral de cada criança e
jamais se transformar num julgamento final e sentencionista. Queremos que em nossos pareceres as famílias
visualizem que o cotidiano da criança é verdadeiramente levado em conta e que é
considerada, nesse processo, a postura pedagógica dos profissionais envolvidos
e do trabalho desenvolvido com seu grupo de crianças.
Para além é preciso considerar que o processo de
avaliação na Educação Infantil está inteiramente ligado ao processo de registro
desses profissionais, a definição de objetivos de trabalho com as crianças e a
reavaliação de todos esses momentos, reavaliação está, feita por todos os
envolvidos: crianças, profissionais e famílias. Reafirmando isso, o documento
das Orientações Curriculares (2011) da SME diz que: “Ao compreender a avaliação
como parte de um processo mais amplo de organização da prática pedagógica, se
reconhece que todos os momentos da ação pedagógica estão articulados, pois é
impossível planejar e avaliar, sem observar e registrar”.
Tendo claros esses pressupostos a unidade irá
desenvolver de acordo com a Portaria nº 12/2013 da SME, relatórios semestrais,
um específico do grupo e um individual de cada criança, sendo que os mesmos
também devem ser arquivados na Unidade. Esses relatórios de acompanhamento,
como já foram mencionados, não possuem caráter seletivo, comparativo e/ou de
terminalidade. Ao contrário, se trata de
contar a história de uma criança em certo período de tempo e espaço e
obviamente esse contar é “recortado”, não é o todo, mas ainda assim, é
legítimo.
Período de Inserção.
A inserção na
instituição educativa é o período que envolve o início das relações entre
crianças, famílias e educadores. Para muitas crianças (e para muitas famílias
também) os primeiros dias na instituição são bastante difíceis porque elas saem
de sua casa para um ambiente desconhecido onde terão de conviver com pessoas e
situações novas e diferentes.
O choro, muitas vezes,
é a forma que a criança tem de manifestar sua ansiedade e insegurança. Chorar é uma forma de comunicar que precisa de
aconchego, conforto e afeto e respeito. Entretanto, outras manifestações podem
acontecer tais como: sono, doenças, apatia, passividade, rejeição à comida,
vômitos.
Neste período, se
estabelecerão relações entre família e unidade educativa, exigindo a
compreensão, sensibilidade, humanidade e afetividade de todos os envolvidos,
necessárias para a construção de vínculos afetivos que irão facilitar a
inserção da criança.
A presença da família é importante, pois transmitirá segurança
e apoio para explorar e conhecer o novo ambiente e as novas pessoas que irá
conviver.
Por isso, é importante
que:
- Família e professores tenham atitudes integradas, de confiança e
descontração;
- Evitemos a prática de enganar, sair escondido ou mentir;
- Expliquemos às crianças que as famílias estão saindo, mas, que
voltarão para pegá-los;
- Respeitemos os horários combinados em comum acordo de saída para não
constranger a criança no longo tempo de espera.
- Nos dias em que a presença das famílias na instituição precisa ser
permanente o professor junto a supervisão e a sala multiuso façam uma
programação de apresentação dos trabalhos no G1, assuntos pertinentes ao
período de inserção e oficinas de integração e construção de brinquedos
propositivos para este grupo.
A Unidade também deve
se preparar para esse período, daí a importância de uma organização e um
planejamento prévio. Durante esse processo, embora sejam comuns algumas
situações inusitadas, é preciso considerar que cada criança manifestará seus
sentimentos de uma maneira própria, o que exige dos profissionais elaborarem um
planejamento que privilegie o direito a atenção individual. Logo os horários de
entrada e saída das crianças na Unidade serão diferenciados, o que se aplica
também ao tempo de permanência, inclusive para o mesmo grupo. Para além é
preciso buscar um equilíbrio entre a proposta dos profissionais, a
disponibilidade das famílias e a necessidade da criança, sempre evidentemente,
priorizando está última.
Também nesse período apresentaremos
nossa Unidade e o trabalho desenvolvido na mesma, numa reunião com as famílias
(todas independentes de ser o primeiro ano da criança na instituição ou não),
acreditando assim contribuir para que as famílias sintam-se mais confiantes e tranqüilas
neste momento de inserção. Nessa reunião explicaremos o motivo de horários
diferenciados nesse início de atendimento e também como acreditamos que esse
período deva ser vivenciado, como nos organizamos, além de aproveitar a
oportunidade e deixá-las de sobreaviso, caso haja necessidade de alguma busca
mais cedo de criança. Por fim, salientar que o papel das famílias nesse período
de inserção não é o de substituir as ações dos professores, mas sim conhecer a
dinâmica de funcionamento e auxiliar a criança a estabelecer uma relação de
confiança frente aos desafios desse novo espaço.
A
Educação Física no NEI Armação
Na presente proposta de
Educação Física para o NEI Armação, tomamos como base a Pedagogia da Infância,
entendendo a infância como categoria social que integra as múltiplas dimensões
humanas aliadas às características do "ser criança", levando então em
consideração as peculiaridades, interesses e necessidades singulares que as
crianças de zero a seis anos apresentam quando comparadas com outras categorias etárias
e buscando que tais aspectos sejam respeitados.
No constante processo de
formulação/reformulação de nossas práticas pedagógicas procuramos através da
brincadeira, da imaginação e de desafios, que os momentos de Educação Física
proporcionem às crianças uma diversidade de experiências corporais que dão abertura
para explorarem os espaços e materiais por meio dos sentidos, descobrirem e
criarem movimentos novos, enfrentarem desafios descobrindo seus próprios
limites, conhecerem e valorizarem o próprio corpo, entre outras situações que
permitam por meio do corpo e do movimento humano que criem autonomia, se
comuniquem, se expressem e interajam socialmente. Nesta perspectiva, as
crianças se tornam sujeitos ativos de sua própria formação, ressignificando e
reinventando os espaços, materiais e brincadeiras, e por sua vez, a Educação
Física se apresenta como algo que vai além de uma disciplina que possui
conteúdos, tempos e espaços previamente determinados.
É importante estar claro que
estes momentos de Educação Física procuram sempre contemplar os Núcleos de Ação
Pedagógica, tanto os das Relações Sociais e Culturais, quanto os das Linguagens
e das Relações com a Natureza (FLORIANÓPOLIS, 2015), sendo que dentre a
diversidade de práticas corporais que são ofertadas, podemos citar algumas que
buscamos trabalhar indo ao encontro do que preconizam as Orientações
Curriculares para a Educação Física na Educação Infantil da Rede Municipal de
Ensino de Florianópolis (FLORIANÓPOLIS, 2012), no que diz respeito de maneira
geral, aos jogos, danças, lutas, ginásticas, esportes e manifestações da
cultura popular:
- Práticas circenses: acrobacias,
malabarismos, contorcionismo, equibilibrismo, etc.
- Ginástica: jogos e brincadeiras de
ginástica;
- Manifestações da cultura popular:
cirandas, brincadeiras em roda, brincadeiras tradicionais e práticas de resgate
de elementos da cultura local;
- Capoeira: contextualização,
movimentos, ritmo e outros elementos do jogo;
- Jogos e brincadeiras utilizando os
mais variados materiais/brinquedos tais como: carrinhos, bolas, arcos, cordas,
balão, pneus, rolo de estimulação, túneis etc. Destaque para as atividades com
água, utilizando materiais diversos como: baldes, bacias, mini piscinas,
regador, mangueira, chuveiro, bonecas, sabonete, xampu, pentes, esponjas,
loucinhas, entre outros;
- Jogos de perseguição, como
pega-pega, pega - congela, pega-ajuda, peixe na rede etc.
- Dança: danças populares e
folclóricas, moderna, clássica, de rua etc.
- Atividades musicais em relação ao
movimento: música com gestos, com movimentos, jogos e brincadeiras com música
(ex: estátua, dança da cadeira etc.);
- Atividades dramatúrgicas:
representação e dramatização de histórias, improvisação, criação de peças;
- Jogos de faz de conta: uso de
fantasias/figurinos, brincar de dirigir ônibus, caminhão, de casinha,
papai/mamãe e filhinho/filhinha, de piloto, de astronauta;
- Brincadeiras historiadas associadas
ao movimento;
- Elementos dos esportes;
- Construção de fantasias, fantoches,
bonecos e livros, com relação às práticas corporais;
- Movimento criativo: imitação, a
mímica, a exploração de objetos fixos ou móveis, dos diversos níveis de espaço,
tempo, peso;
- Práticas para relaxamento e
percepção corporal;
- Elementos relacionados aos projetos
coletivos e projetos de sala;
- Criação, discussão e problematizarão
de regras nas brincadeiras;
- Reorganização dos espaços (parque,
sala, refeitório) e novas maneiras de utilizá-los:
- Passeios: saídas que possibilitam
conhecer outros lugares e fazer atividades diferentes das que são realizadas na
unidade, bem como passeios fora da comunidade organizados pelos
professores.
Ainda que estejamos cientes de
que a Educação Física não deve assumir um caráter etapista, entendemos que os
diferentes estratos etários se encontram também em diferentes níveis de
desenvolvimento humano (físico, afetivo, psicológico, intelectual e social),
por isso levamos os seguintes aspectos em consideração ao planejar os momentos
de Educação Física:
Grupo 1 (crianças de 4 a 12 meses) e Grupo 2 (crianças de 1 a 2 anos) – as crianças se encontram em uma faixa etária própria para a
experimentação de variados movimentos, valendo-se da máxima amplitude de
materiais e espaços. Como exemplo, citamos: Manipular, arremessar, carregar,
rolar, quicar bolas de diferentes tamanhos, pesos, texturas e cores; puxar,
enrolar, amarrar e bolear cordas diferentes; rolar, arrastar, engatinhar,
caminhar, escorregar, tocar, cair e levantar com o próprio corpo e com o dos
outros; se enrolar, puxar e rasgar tecidos; pisar no chão, em colchões, na
areia, na água, no mar; em ambientes escuros, claros, ensolarados, molhados,
etc.
Grupo
3 (crianças de 2 a 3 anos) e Grupo 4 (crianças de 3 a 4 anos) – nesta
faixa etária, gradualmente, as crianças se emancipam da questão do objeto por
si só, que até então determinava suas ações, e este passa a assumir uma
condição secundária na situação, pois agora, o pensamento, as idéias infantis
de como e do quê brincar com ele, enfim, a imaginação torna-se soberana. Assim,
a partir das habilidades e capacidades já exploradas nos Grupos 1 e 2, podemos
exemplificar algumas outras propostas como: pular como o canguru ou um coelho,
arrastar-se como uma cobra, atravessar a ponte para não cair no rio, salvar o
ovo da galinha, passar pela teia da aranha, pela caverna, etc.
Grupo
5 (crianças de 4 a 5 anos) e Grupo 6 (crianças de 5 a 6 anos) - aqui
as crianças brincam mais com base no sentido,
ganham habilidades de controlar o próprio corpo e de criar imagens mentais a
partir das palavras, de obedecer às regras mais complexas, enfim, anseiam por
desafios e aceitam melhor a regulação das atividades. Se antes brincávamos nas
cavernas, florestas e teias de aranha, a complexificação paulatina das
propostas deve ser acompanhada de contextualização mais detalhada, seja ela
imaginária com histórias contadas, seja ela real com fotos, filmes, etc. Como
exemplo: pular mais longe, mais alto; subir em árvores maiores; balançar mais
alto ou em pé, correr de mãos dadas ou em brincadeira mais difíceis e
complexas, etc.
Em todas as faixas etárias, é
imprescindível que estejamos atentos ao que chamamos de limites, capacidades e
incentivos, pois sabemos que cada criança possui capacidades/habilidades
diferenciadas, bem como dificuldades particulares. Assim sendo, é necessário
equilíbrio entre o incentivo, o respeito e a espera, reconhecendo as
singularidades de cada um nesse processo. Ou seja, a demanda das crianças
também orienta as práticas de Educação Física e a sua inserção dentro da
unidade. Ainda, ao mesmo tempo em que a segurança em relação à integridade
física e psicológica das crianças seja uma preocupação frequente no trabalho
com o movimento humano, sabemos que é necessário rever os medos e ansiedades
dos adultos a fim de evitar que o zelo exagerado impeça um desenvolvimento
proveitoso das propostas da Educação Física.
No que diz respeito à inserção
da Educação Física nos Núcleos de Educação Infantil, a portaria 036/2007 da SME
preconiza em seu Artigo 2º, parágrafo 1º que, a distribuição da carga horária
dos professores de Educação Física na Educação Infantil deverá contemplar 3
(três) aulas semanais de 45 (quarenta e cinco) minutos por turma.” O parágrafo
2º desse mesmo documento permite
“(...)formas diferenciadas de organização dos dias, tempo e atividades,
considerando-se a especificidade da faixa etária, bem como os princípios
pedagógicos para a Educação Infantil na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis.”
(FLORIANÓPOLIS, 2007).
Já
ao que diz respeito ao envolvimento institucional do professor de Educação
Física, privilegiamos as práticas ligadas mais diretamente à tradição desta, no
entanto não nos limitamos a isso, uma vez que compreendemos que “a educação do
corpo não se limita às aulas de Educação Física, ela acompanha, atravessa,
perpassa, todos os saberes e períodos que configuram o dia-a-dia das
instituições” (VAZ, 2002). Assim, nos inserimos também na participação dos
demais momentos que compõem o cotidiano da unidade educativa, trabalhando
pedagogicamente em práticas como: higiene, alimentação, sono, parque,
comemorações, festas da família, mostra educativa, projetos coletivos, reuniões
pedagógicas, grupos de estudos, reuniões com as famílias, etc.
Quanto
às aulas de Educação Física propriamente dita, ressaltamos a importância de
estar claro que:
- A repetição de movimentos, brincadeiras, espaços e materiais não visa
um modelo de aprendizagem mecanizado, ao contrário, entende que a reiteração se
torna necessária para propiciar momentos em que as crianças explore, brinquem,
formule, reformulem e assim ressignifique suas práticas vivenciadas durante a
Educação Física;
- um grupo de crianças deve estar sempre acompanhado de dois profissionais
(o de Educação Física e outro), sendo que deve haver rodízio entre a professora
e a auxiliar de sala (ou as duas presenças), isto deve ocorrer tanto para
garantir a integridade física das crianças, quanto para contribuir para o
sucesso dos objetivos das aulas;
- projetos pedagógicos devem ser construídos conjuntamente entre
professores de sala e os de Educação Física, ou seja, este não deve adequar seu
planejamento ao daquele que apresenta o seu pronto e pede para que este
contribua de alguma forma.
A Rotina.
Rotina é a seqüência de
atividades desenvolvidas que objetivam a organização do dia-a-dia e é através
dela que a criança estrutura seu tempo e espaço. A rotina orienta a criança a
se organizar dentro de um espaço de tempo determinado, porém é flexível
(alimentação, descanso e/ou sono, etc.), de modo a organizá-la de acordo com as
necessidades que surjam, pois o grupo é dinâmico.
Para Madalena Freire
(1996), “a rotina é alicerce básico para que o grupo construa seus
compromissos, cumpra suas tarefas, assuma suas responsabilidades, para que a
construção do conhecimento possa acontecer”.
Construir a dinâmica na rotina é desafio permanente na nossa prática
pedagógica cotidiana. Quando ela é mantida, as crianças podem dela se apropriar
e conhecendo seu andamento podem dar sugestões e propor mudanças. A rotina é um
instrumento para a criança construir sua independência e autonomia, favorecer
sua socialização, fortalecer vínculos e combinados.
Dentro da rotina deve
haver espaço para o diálogo, diferenças, conflitos, divergências e contradições
que fazem parte do cotidiano, “cuidando para que a imprevisibilidade
característica do dia-a-dia não seja secundarizada em função da previsibilidade
da rotina”. (Síntese da Qualificação – SME 2000)
Sobre Momentos de Sono ou de Repouso. (ver indicações
da SME)
Esta hora constituí-se bastante importante para os
bebês e crianças a partir do momento em que a concebemos como momento/espaço de
relaxamento dos pequenos, principalmente os que estão sendo atendidos em
período integral. Sendo assim, é um espaço que deve ser respeitado e conseqüentemente
planejado para que promova o bem estar de cada criança. Nesse planejamento é
importante ser considerado que diferentes crianças apresentarão diferentes
necessidades e desta indicação já se sabe que nem todas dormirão e quando o
fizerem, nem sempre o farão no mesmo horário, sequer apresentarão a mesma
duração do sono. Todos esses aspectos deverão ser priorizados quando planejamos
esses momentos. Além disso, é preciso também considerar a rotina e o sono da
criança em seu convívio familiar, orientando as famílias quando essa
organização em casa estiver prejudicando a criança em seu cotidiano na
instituição.
Planejar a hora do sono e/ou relaxamento, configura-se
em desenvolver meios para incentivar as crianças a descansarem, contrapondo a
imposição e/ou obrigação do ato, visto que isto poderia trazer conseqüências
negativas para as crianças. Para isto as educadoras devem estar atentas a
alguns pontos essenciais, a ser: O ambiente oferecido deve ser aconchegante,
convidativo para o repouso e tranqüilo. Não deve ser um espaço totalmente
escuro, para que as acrianças possam assim diferenciar o sono diurno do
noturno. As janelas devem ficar abertas, favorecendo a circulação e evitando
doenças. Outro aspecto é o conforto de cada criança, que deve estar sem
calçados, com fralda limpa e roupas confortáveis. Para muitas crianças haverá
necessidade de um objeto que a acompanhe; A este chamamos de objeto de
transição e pode ser entendido como um elemento familiar, que a criança
normalmente traz de casa e passa à mesma, sensação de segurança e tranqüilidade.
Embora possa parecer a nós adultos um pouco sem sentido, esses objetos adquirem
um caráter bastante importante na primeira infância. Normalmente esses objetos
de transição “adquirem forma” nas bonecas, ursos, fraldas de pano e
similares.
A Sala Multiuso tem uma importância bastante grande
nesta proposta, pois é um espaço de alternância, de possibilidades. São nestes
espaços que podemos oportunizar outras propostas as crianças que não desejam
(após certo tempo disponibilizado para tal) dormir. A organização geral se faz
em virtude das crianças e dos grupos aos quais pertencem as mesmas, bem como de
todos os profissionais da instituição, pois é preciso ter claro que esse
momento não se dá apenas no horário das 12hs às 13hs e não são apenas
responsáveis por ele as auxiliares de sala. Considerar a necessidade de sono
e/ou relaxamento ou de não dormir de todas as crianças da Unidade perpassa
pensar em todos os momentos que estas crianças aqui estão, já que não se deve
decretar um momento específico para que isso ocorra, mas sim reafirmar mais uma
vez que a essencialidade do trabalho realizado é a consolidação e respeito
pelas particularidades e necessidades de cada criança
Sobre a Alimentação
O Nei armação entende os momentos de alimentação
inseridos num processo maior de educação, que pontua a rotina dos bebês e
crianças atendidas pela Unidade. É importante um acompanhamento de todos os profissionais
do NEI em consonância com a família de cada criança, que irão em conjunto
iniciar um processo de alimentação balanceada e saudável que deverá permear
toda a vida futura dessas crianças. Por este motivo, orientado pela Portaria nº
038/2010 o cardápio da unidade é elaborado por nutricionistas da Prefeitura do
Município em conjunto com as merendeiras e a Direção que procurarão assegurar
uma alimentação saborosa, balanceada e que priorizará frutas e verduras da
estação, bem como outros tipos de alimentos, trabalhando assim também a
Educação Ambiental e o resgate da cultura gastronômica local, aliada a esses
princípios anteriores.
Segundo a mesma
Portaria, em seu 4º artigo a Unidade fica proibida de aceitar doações,
realização de compras e o consumo, independente da origem, sejam de alimentos
caseiros ou industrializados como, por exemplo: balas, biscoitos, pães,
salgadinhos, pastéis e guloseimas em geral, sejam ofertados pelas famílias ou
outros. Dito isso fica compreendido que as famílias não estão autorizadas a
trazer para a Unidade ou para a turma específica de seu (a) filho (a)
alimentos, seja para consumo próprio da criança ou coletivo, pois apenas
consumirão alimentos feitos na cozinha da instituição.
A Unidade incentivará o aleitamento materno, pois entendemos
que este seja a forma mais saudável de alimentação, principalmente nos seis
primeiros meses de vida (inclusive apontada como alimentação que deveria ser
exclusiva até esse período de idade do bebê). No entanto, compreendendo também
o retorno cada vez mais cedo das mulheres após a maternidade ao trabalho,
ficará atenta as crianças menores, propondo um acompanhamento mais sistemático,
através da realização de anamneses com a família e trabalho junto ao Posto de
Saúde da comunidade e a nutricionista que atende a Unidade. Atualmente contamos
com a parceria da Diretoria de Educação Infantil que incentiva e apresenta
soluções para que as mães permaneçam alimentando seus bebês através do Projeto
“Creche Amiga da Amamentação”.
No Grupo I é importante priorizar, sempre que possível,
a administração dos alimentos seja realizado pelos próprios professores e
auxiliares de sala, possibilitando assim um vínculo afetivo necessário nesta
etapa. No momento em que se inicia o processo de alimentação é importante que
todos os bebês estejam bem acomodados e seguros. As rotinas, canções e afins se constituirão
elementos essenciais no desenvolvimento cognitivo, principalmente para
demarcação de tempo e espaço da criança na primeira infância e deverão ser
iniciadas já neste momento.
Com o passar dos meses deve ser trabalhada a autonomia
da criança no momento da alimentação, com a inserção de novos alimentos e o uso
de talheres variados, sempre em parceria com as famílias. É preciso trabalhar
com atenção e respeito à questão das escolhas e das recusas; Devemos aceitar
que uma criança não coma determinado alimento, mas isto não quer dizer não
incentivar e estimular essa conquista tão importante. Por exemplo: Podemos
aceitar perfeitamente que uma criança não coma maçã, mas devemos estar bastante
atentos a uma criança que se recusa a comer qualquer fruta. Assim, algumas
vezes, os profissionais da educação, Supervisão ou Direção procurarão parceria
com as famílias, fazendo um trabalho preventivo nesses casos específicos. O contrário, também desde cedo deve ser
trabalhado e neste aspecto o estar sempre junto às crianças, orientando e
diferenciando com os pequenos “o que é estar bem alimentado”, o que é gula e
alertando para o desperdício de alimentos. Casos específicos de bebês e
crianças com restrições alimentares deverão ser encaminhados para Unidade, que
junto com a nutricionista encaminharão as modificações/adaptações necessárias,
mediante atestado médico. Quanto à organização dos momentos de Alimentação na
Unidade:
•
As crianças são atendidas em período parcial ou
integral, conforme matrícula. Os parciais farão um lanche no início do período
e um almoço ou janta, conforme o período de atendimento. Ja
os integrals, terão dois lanches e duas refeições.
As refeições acontecem no espaço do refeitório, em
forma de self-service, promovendo a autonomia das crianças, que são
acompanhadas pelas professoras e auxiliares de sala, conforme Projeto de
Refeitório, anexo neste P.P.P. (anexo
03).
•
Os bebês do Grupo I fazem seus lanches e refeições em
sala, sempre na perspectiva de promoção da autonomia dos mesmos, sendo que em
alguns momentos usarão também outros espaços da Unidade para a alimentação,
ampliando deste modo suas experiências espaciais e de organização.
•
A alimentação na Unidade está integrada a toda uma
rotina maior e este é mais um dos fatores que ressaltam a importância das
famílias respeitarem os horários indicados pelo NEI.
•
A
alimentação é organizada através de buffet, no qual as crianças se servem. Há
uma vasilha para as crianças depositarem os restos de alimentos que sobram.
Também foi organizado um espaço fora do refeitório (hall) para as crianças
comerem as frutas.
•
O almoço e a
janta serão realizados no refeitório; O café e o lanche são opcionais para os
grupos menores (espaço). Os grupos maiores realizam o momento da sobremesa em
sala ou num espaço organizado no hall por suas professoras, em função do
refeitório ser pequeno para o número de turmas da unidade, viabilizando assim
horários para todos os grupos do Nei realizarem este momento específico de
alimentação.
•
O Grupo II,
por enquanto, continua a realizar suas refeições na sala ou em mesa próxima a
sua sala de referência.
•
A primeira
mesa de buffet no turno matutino e vespertino será organizada pelas
profissionais da limpeza, sendo que durante todo o período que as crianças
estiverem utilizando o refeitório (almoço e janta) uma profissional da limpeza
deve permanecer no espaço.
•
A Unidade já
experimentou algumas organizações dentro do Refeitório e atualmente as turmas
vão com suas professoras a este espaço. Essas profissionais argumentam que
desta forma é possível acompanhar as crianças de seu grupo e assim fornecerem
informações mais detalhadas as famílias. A interação entre crianças de
diferentes grupos e diferentes idades continua há existir neste espaço e em
outros da unidade.
Sala Multiuso
Ao se pensar sobre espaços na Educação Infantil parece
nítido a necessidade de relacioná-los com aspectos ligados as necessidades de
bebês e crianças, as questões de segurança e a possibilidade de estimular e
propiciar a autonomia dos mesmos. Logo,
é possível concluir: Os espaços estão junto às possibilidades e estas últimas a
um bom desenvolvimento infantil. Assegurar, então, esses espaços/possibilidades
torna-se algo essencial.
De acordo com os Parâmetros Básicos de Infra-estrutura
para Instituições da Educação Infantil (MEC-2006) a Sala Multiuso está inserida
e possui um papel bastante importante na organização dos espaços nas
instituições de Educação Infantil. O documento diz que “embora as salas de
atividades (de cada grupo) sejam concebidas como espaço multiuso, prevendo-se a
organização de cantos de leitura, brincadeiras, jogos, dentre outros” é
importante ressaltar “a importância da organização de um espaço destinado a
atividades diferenciadas, planejadas de acordo com a proposta pedagógica da
instituição, como alternativa para biblioteca, sala de televisão, vídeo ou DVD
e som.” O mesmo documento ainda “chama a atenção” para necessidade de essa sala
ter capacidade mínima para atendimento à maior turma da Unidade.
Aqui em nossa Unidade a Sala Multiuso já se consolidou
como espaço imprescindível, seja através de parcerias com os Projetos
desenvolvidos pelos diferentes grupos, sejam através das variadas propostas
e/ou apresentações feitas pela responsável por esse espaço, cada vez mais a
Sala Multiuso torna-se um espaço de referência dentro do Nei Armação.
Formação
Continuada e em Serviço
Por entender que é de extrema
importância cada vez mais os profissionail inseridos na Educação Infantil terem
acesso aos conhecimentos atuais referentes à Educação Infantil, a formação
continuada se faz necessária e consolida-se essencial nesta perspectiva. É com
estudo e formação contínua que poderemos analisar temáticas inerentes à
infância na cultura contemporânea, a cultura da infancia e também resgatar
conhecimentos psicopedagógicos sobre a fase da vida, aspectos relacionados à
capacidade de construir projetos educativos, além das estruturas relacionais
entre adulto e criança, bem como entre famílias e instituição.
Na unidade a formação continuada se dá nos momentos de
Reuniões Pedagógicas, Planejamentos, Grupos de Pais, de profissionais e assessoria
descentralizada da SME.
A Metodologia será conforme o tipo
de Formação (Em Reuniões Pedagógicas, por Grupos de Pais ou Atendimentos
Individuais). De modo geral faremos estudos, rodas de discussão, debates,
teatro e apresentações. As leituras, de modo geral, serão prévias aos encontros
e utilizaremos recursos como vídeo, fotografia, multimídia, dentre outros.
Formação em Reuniões Pedagógicas.
As Reuniões Pedagógicas na unidade são diurnas com a
participação de todos os funcionários da unidade. Estes encontros constituem um
espaço de estudos de temas específicos da Educação Infantil, socializações,
debate de problemas e busca de soluções, bem como deliberações de ações
coletivas. Este espaço é garantido para que todos os profissionais possam ter momentos
de integração e socialização dos registros, dos acontecimentos sendo importante
garantir a participação de todos, além de representantes da comunidade
escolar. Por fim, nas reuniões
pedagógicas será reservado um espaço de tempo de uma hora para planejamento. Ao
fim deste momento, ou um dia após, a Supervisão Escolar deve receber uma
sistematização por escrito deste planejamento.
Formação organizada pela Diretoria de Educação
Infantil
A Formação Continuada organizada pela Diretoria de
Educação Infantil acontecerá na hora atividade dos professores, professores
auxiliares, professores de Educação Física e Supervisão constituem momentos de
estudo com a carga horária de quatro horas cada encontro.
Ainda sobre esses momentos de formação é importante pontuar
que tanto as reuniões pedagógicas, quanto as formações organizadas pela
Diretoria de Educação Infantil serão registradas como hora-atividade dos
professores.
Formação nos
Grupos de Pais
Os encontros devem acontecer bimestralmente,
totalizando quatro momentos ao longo do ano. Em cada um desses momentos é
definido com a contribuição de todos (via levantamento de interesses por
questionário) nas escolhas dos temas a serem debatidos. Os temas estão ligados
ao universo infantil, ao que as famílias e profissionais estão constantemente
lidando em seus cotidianos. A dinâmica se concretiza num ambiente informal onde
a metodologia pode ser as mais variadas privilegiando momentos de conversa e de
troca de vivências.
Na Educação Infantil, comumente, o
contato entre famílias e instituição é muito maior que em outras etapas
educativas. Contudo ainda é preciso cuidar e qualificar esses encontros a fim
de que cada vez mais o espaço de nossa Unidade seja de acolhimento, de compartilhamento
e principalmente de confiança. É preciso que as famílias conheçam e compreendam
nossas ações, nossas escolhas, nossas negações. E isso é fundamental por um
único motivo: tanto Unidade quanto família compartilham do desejo único de ver
bebês e crianças bens, crescendo felizes, saudáveis e com autonomia, num espaço
estimulante e seguro.
Assim
os momentos com o Grupo de Pais se configuram num espaço bastante oportuno,
onde famílias, professoras e funcionárias podem discutir aspectos relacionados
ao desenvolvimento infantil, as questões relacionadas com formas de educar e
demais conhecimentos atuais referentes à Infância e a Educação Infantil.
Formação
Individual com Atendimento junto a Supervisão Escolar.
Constituí-se num momento de troca de
informações sobre os planejamentos e encaminhamentos pedagógicos do(s) grupo(s)
a que pertencem cada professor, definindo, quando necessário, novas estratégias
de intervenção no grupo e também temas para leitura e estudo. A Supervisão
estará assessorando esses momentos de planejamento conforme a hora atividade de
cada profissional, buscando acompanhar e qualificar a prática pedagógica.
Escola do Mar
Localizada na praia do Forte, no norte da Ilha de
Santa Catarina a Escola do Mar tem como premissa ser um espaço de referência em
educação marinha e costeira na região da Grande Florianópolis. O Projeto é
coordenado pela Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis em parceria
com outros órgãos (Universidade Federal de Santa Catarina, Instituto Carijós,
IGEOF, Sapiens Parque, EPAGRI, FLORAN, Marinha do Brasil) e o objetivo é o de
criar vivências, estabelecer relações e preservar o ambiente.
Segundo o espaço na internet dedicado a Escola do Mar
“o projeto realiza atividades que contribuem para a sustentabilidade na Ilha de
Santa Catarina, através da sensibilização dos cidadãos aos problemas ambientais
do município e região. Organizam, além de atividades de educação ambiental para
a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, eventos de cunho educativo e
pedagógico; com ênfase em educação marinha e costeira. Entre as atividades
destaque para o reconhecimento das áreas naturais e ecossistemas marinhos e
costeiros da ilha de Santa Catarina e região, valorização da cultura e história
local, articulação interdisciplinar a partir de diferentes espaços educativos e
formação continuada dos profissionais educadores”.
Do outro lado da ilha,
mais especificamente no sul da mesma, localiza-se o Nei Armação, unidade de
Educação Infantil, também pertencente à mesma prefeitura. A instituição atende
cerca de 290 crianças, de período integral ou parcial. Nos últimos anos o
bairro onde a unidade situa-se passou por processos bastante preocupantes de
degradação ambiental, ligados principalmente à questão costeira. Evidente que
as crianças acabaram por observar essas situações no bairro em que vivem e
assim trouxeram demandas ligadas a Educação Ambiental para dentro do Nei
Armação. Além dessa demanda trazida pelas crianças, compreendemos e referendamos
o dever das instituições educativas na problematização e discussão dos temas
ligadas a Educação Ambiental, tal como a conscientização dos familiares e
comunidade no que diz respeito ao ambiente em que vivem.
Dito isto, nossa procura foi por nossa unidade estar
participando do Projeto Escola do Mar, que muito têm contribuído nestes últimos
dois anos (iniciamos em 2011). As crianças têm experimentado possibilidades de
trabalho com a Educação Ambiental de forma lúdica, estimulante e esclarecedora.
Foram saídas com embarcações, apresentações em mostras (VI Eco Festival/2011;
VII Eco Festival e IV Seminário da Escola do Mar/2012), caminhadas ecológicas,
oficinas de reutilização de sucatas; essas atividades estão vinculadas a Escola
do Mar e são oportunidades únicas de experimentação e descobrimento.
Sendo assim, entendemos que nossa unidade também é
parceira da Escola do Mar. Embora nem todos os grupos participem diretamente na
adesão ao projeto (o que não quer disser que não desenvolvam projetos
semelhantes ligados ao tema), todos se beneficiam do mesmo, já que pelas
interações que acontecem no Nei Armação, todas as turminhas acabam por ter
contato com as propostas que os grupos que aderiram no ano estão a desenvolver,
criando assim uma corrente de conhecimento e informação que esperamos
contribuir numa verdadeira Educação Ambiental, que de fato faça a diferença nas
futuras gerações.
Sendo assim, entendemos que nossa unidade também é
parceira da Escola do Mar. Embora nem todos os grupos participem diretamente na
adesão ao projeto outros semelhantes, ligados ao tema, também são
desenvolvidos, beneficiando a toda unidade, criando assim uma corrente de
conhecimento e informação que esperamos contribuir numa verdadeira Educação
Ambiental, que de fato faça a diferença nas futuras gerações.
APP NEI ARMAÇÃO
ASSOCIAÇÃO DE PAIS E PROFISSIONAIS DO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL ARMAÇÂO
Em junho de 2009 o NEI ARMAÇÃO instituiu em sua
Unidade a Associação de Pais e Profissionais, a APP, que utilizará a sigla APP
– NEI ARMAÇÃO, cuja finalidade principal é a colaboração na assistência e
formação da criança, por meio da aproximação entre pais, educandos e
profissionais da Educação, promovendo a integração poder pública – comunidade –
Unidade Educativa e família.
DIRETORIA – 2016/2017.
Presidente:
Primeira
Secretária:.
Segunda
Secretária:.
Primeira
Tesoureira:.
Segunda
Tesoureira:
Representante
de Funcionários:
Suplente de
Representante do Corpo Docente:.
Representante
de Pais:.
Suplente de
Representante de Pais:.
CONSELHO
DELIBERATIVO 2015/2016
Órgão que definirá as linhas
prioritárias de ação educacional e que deliberará sobre os diversos aspectos
concernentes à vida da Unidade Educativa. Também é o responsável pelo controle
e fiscalização da APP.
Presidente – Diretora da Unidade:
Representantes Titulares dos Funcionários:.
.
Representantes Suplentes dos Funcionários:.
.
Representantes
Titulares dos Pais:.
.
Representante Suplente dos Pais:.
BIBLIOGRAFIAS.
ABRAMOWICZ,
Anete. WAYSKOP, Gisela. Creches –
Atividades para Crianças de zero a seis anos. Editora Moderna; São Paulo/ SP,
1995.
BATISTA, Rosa. A Rotina no dia-a-dia da Creche: Entre o Proposto e o
Vivido.
Florianópolis.
UFSC. 1998 (Dissertação de Mestrado).
BONDIOLI,
Anna; MANTOVANI, Susanna. Manual da Educação Infantil. Editora Artemed; Porto Alegre/RS,
1998.
EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella;
FORMAN, George. As Cem
Linguagens da Criança - A Abordagem de Reggio Emília na Educação da Primeira
Infância. Editora Artemed; Porto Alegre/RS, 1999.
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Formação em Serviço: partilhando saberes, vislumbrando novas perspectivas.
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FLORIANÓPOLIS.
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Prelo Gráfica & Editora Ltda., 2010.
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Florianópolis; 2011 – versão preliminar.
HERNÁNDEZ,
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Artemed; Porto Alegre/RS, 1998.
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Avaliação na Pré-Escola – Um Olhar Sensível e Reflexivo sobre a Criança.
Editora Mediação; Porto Alegre/RS, 1996.
MACHADO,
Maria Angélica Antunes. Posso Falar? Canções para Estimulação da Linguagem
Oral; Florianópolis, 2000. Escritórios de Direitos Autorais; EDA/RJ, 2000.
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Rosângela. Programa Escola Aberta às Diferenças – Consolidando o Movimento de
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Florianópolis – Secretária Municipal de Educação.
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Luciana E. (org.). Educação Infantil – Saberes e Fazeres da Formação de
Professores. Editora Papirus; Campinas/SP, 2008.
OSTETTO,
Luciana E. e LEITE, Maria I. Arte, Infância e Formação de Professores. Editora
Papirus; Campinas/S.P, 2004.
REIS, Sílvia
Marina Guedes dos. A Matemática no Cotidiano Infantil – Jogos e Atividades com
Crianças de 3 a 6 anos para o Desenvolvimento do Raciocínio Lógico-Matemático.
Editora Papirus; Campinas/SP, 2006.
RIZZO,
Gilda. Creche – Organização, Currículo, Montagem e Funcionamento. Editora
Bertrand Brasil; Rio de Janeiro/RJ, 2006.
SARTORI, Ari
José & BRITTO, Néli Suzana. Gênero na Educação: Espaço para Diversidade.
Genus, Florianópolis, 2004.
SOLÉ,
Isabel; BASSEDAS, Eulália; HUGUET, Teresa. Aprender e Ensinar na Educação
Infantil. Editora Artemed; Porto Alegre/RS, 1999.
ZABALZA,
Miguel. Qualidade em Educação Infantil. Editora Artemed; Porto Alegre/RS, 1998.
CADERNOS DA
EDUCAÇÃO INFANTIL. Prefeitura Municipal de Blumenau - Secretária Municipal de
Educação – Novembro de 2002.
Caderno I:
Retratos da Rede – Organização, Tempos, Espaços, Fazeres.
Caderno II:
Retratos do Cotidiano – Planejamento, Registro, Avaliação.
Caderno III:
Linguagens – As minhas, As Suas, As Nossas...
Caderno IV:
Vamos Todos Cirandar: “Essa Ciranda Não é Minha Só. Ela é de Todos Nós!”.
Indicadores
da Qualidade na Educação Infantil. Brasília; MEC/SEB, 2009.
Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília. MEC/SEB, 2010.
Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília; MEC/SEF, 1998. Volume I: Introdução;
Volume II:
Formação Pessoal e Social;
Volume III:
Conhecimento de Mundo.
PPP do NEI
Armação – Anos anteriores
Referências consultadas na educação
física:
FLORIANÓPOLIS. Portaria no 036/07 de
9 de abril de 2007. Altera a portaria no 067/06, que Estabeleceu os critérios
de Distribuição das vagas para os Cargos integrantes dos grupos Docente e
especialistas em assuntos Educacionais do quadro do Magistério nas unidades
educativas. Diário Oficial do Município de Florianópolis. Florianópolis, SC, 9
abr 2007.
FLORIANÓPOLIS. Orientações
Curriculares para a Educação Física na Educação Infantil da Rede Municipal de
Ensino de Florianópolis – SC. Realização: Coletivo
de professores de Educação Física que atuam na Educação Infantil da Rede
Municipal de Ensino de Florianópolis – SC e do Grupo de Estudos Independente da
Educação Física na Educação Infantil (GEIEFEI), 2012.
FLORIANÓPOLIS. Diretrizes
Curriculares para a Educação Básica da Rede Municipal de Ensino de
Florianópolis/SC, 2015.
VAZ, A. F. Aspectos, contradições e
mal entendidos da educação do corpo e da infância. Motrivivência, Florianópolis, v.13,
n. 19, p. 7-11, 2002.
ANEXOS
ANEXO 01
Profissionais
da Educação em 2016
Nº
|
EDUCADORES
|
FUNÇÃO
|
FORMAÇÃO
|
PERÍODO
|
01
|
||||
02
|
||||
03
|
Ana Carolina Campos Steinmetz
Martins
|
Professora
auxiliar (Substituta)
e auxiliar
de sala
|
Pedagogia
– Especialização
|
Integral
|
04
|
||||
05
|
||||
06
|
Angélica Dilza Pinheiro Silveira
|
Auxiliar
de Sala
|
Pedagogia
– Especialização
|
Matutino
|
07
|
||||
08
|
Catarina Deodata de Matos
|
Cozinheira
|
Ensino
Fund. Incompleto
|
Vespertino
|
09
|
Camila Costa da Silva Teixeira
|
Auxiliar
de sala
|
Pedagogia
|
Matutino
|
10
|
Claudete Benta Oda
|
Professora
|
Pedagogia
– Especialização
|
Integral
|
11
|
||||
12
|
||||
13
|
Cleusa Sirlei Becker Leal
|
Professora
(Substituta)
|
Pedagogia
– Especialização
|
Vespertino
|
14
|
Débora Clara Ferreirra
|
Auxiliar
de sala e professora auxiliar (Substituta)
|
Pedagogia
– Especialização
|
Integral
|
15
|
Delma Nadir Martins
|
Auxiliar
de Sala
|
Pedagogia
|
Vespertino
|
16
|
Diana Corrêa de Sá
|
Auxiliar
de Sala
|
Pedagogia
– Especialização
|
Matutino
|
17
|
Dulcineia Aparecida Silva da Silva
|
Professora
|
Pedagogia
– Especialização
|
Matutino
|
18
|
||||
19
|
||||
20
|
||||
21
|
Gracelaine Battisti
|
Diretora
|
Pedagogia
– Especialização
|
Integral
|
22
|
||||
23
|
Janaina da Silveira
|
Coordenadora
Pedagogica
|
Pedagogia
- Especialização
|
Integral
|
24
|
Jeisi Petersen
|
Auxiliar
de serviços
|
Vespertino
|
|
25
|
||||
26
|
Karina Santos
|
Professora
e Professora auxiliar (Substituta)
|
Pedagogia
– Especialização
|
Integral
|
27
|
Laís Brod Bacci
|
Auxiliar
de sala
|
Pedagogia
|
Matutino
|
28
|
Lenissa Coutinho
|
Professora
Ed. Física
|
Educação
Física – Especialização
|
Vespertino
|
29
|
||||
30
|
Marcelo dos Santos Nogueira
|
Professor
Ed. Física
|
Educação
Física – Especialização
|
Vespertino
|
31
|
Marcia Nilda Pereira Ramos
|
Professora
auxiliar (Licença Prêmio)
|
Pedagogia
– Especialização
|
Integral
|
32
|
||||
33
|
Marcia Maria de Souza Mendes da
Rosa
|
Auxiliar
de sala
|
Pedagogia
-
|
Vespertino
|
34
|
Marcia Mariano
|
Cozinheira
(Readaptada)
|
Ensino
Médio
|
Integral
|
35
|
Marcia Regina Tamanini
|
Professora
|
Pedagogia
|
Integral
|
36
|
||||
37
|
||||
38
|
Marinete Maria Sodré Pereira
|
Auxiliar
de Sala
|
Pedagogia
|
Vesptino
|
39
|
Margarete Olga Pires
|
Auxiliar
de serviços
|
Ensino
Médio Incompleto
|
Vespertino
|
40
|
Michelle
|
Auxiliar
de sala
|
Matutino
|
|
41
|
Nanci Zart
|
Auxiliar
de Sala
|
Pedagogia
|
Vespertino
|
42
|
Natália
|
Professora
(Substituta)
|
Pedagogia
|
Integral
|
43
|
||||
44
|
||||
45
|
||||
46
|
||||
47
|
||||
48
|
||||
49
|
Renata Vieira Holm
|
Professora
|
Pedagogia
– Especialização
|
Integral
|
50
|
Roselaine Scherer
|
Auxiliar
de Serviços
|
Vespertino
|
|
51
|
Rosiane Flor Pires Soares
|
Auxiliar
de sala
|
Matutino
|
|
52
|
Samantha Lino Geneves Paulino
|
Auxiliar
de sala
|
Pedagogia
– Especialização
|
Vespertino
|
53
|
||||
54
|
||||
55
|
||||
56
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Vanesa Marcello Venâncio
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Auxiliar
de sala
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Ensino
Médio
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Vespertino
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57
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Atualizado em:
ANEXO 02
PROJETO INFORMATIVO VIVENDO E APRENDENDO
ANEXO 03
PROJETO ANIVERSÁRIO COLETIVO.
ANEXO 04
PROJETO ARTE E CULTURA
ANEXO 05
PROJETO PARQUE
ANEXO 06
PROJETO COLORINDO
ANEXO 07
PROJETO REFEITORIO
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